quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Velhos tempos em que eu me interessava pelas pessoas


Minha vida tem várias subdivisões: o tempo que eu era gorda, o tempo que eu era magra, o tempo que eu curtia balada, o tempo que eu era caseira, o tempo que eu era loucamente estressada, o tempo que eu era zen... Enfim, como a de todo mundo. Hoje venho falar sobre mais uma subdivisão: o tempo em que eu me interessava pelas pessoas!

Sim, houve um tempo em que chegava qualquer zé mané do meu lado e eu me entusiasmava: queria saber quem era esta pessoa, o que ela pensava, o que ela tinha feito, para onde havia viajado... Cada humano era um mundo a ser descoberto. E cada outro que chegava na roda tinha a minha atenção plena novamente. Vejo um monte de gente que ainda está nessa fase, que na verdade tem algo de muito positivo. É neste período que a gente faz mais contatos, tem mais amigos, a vida fica mais fluida, a gente vai pra lá e pra cá, conversa com todo mundo, fica sabendo de coisas, está informada sobre o que está acontecendo. Juro que até sinto falta às vezes. Mas o fato é que a gente vai crescendo, crescendo e constatando O QUANTO as pessoas são desinteressantes. Para garimpar as interessantes no meio deste pandemônio é preciso esforço e energia. Esforço e energia que talvez eu tenha tido um dia. Já, ultimamente, tenho cagado baldes (expressão chula para "não tenho estado muito aí").

Hoje percebo que esta joaninha da foto é bem mais interessante que muita gente: estilosa, autêntica, descolada, sabe voar, é viajada e não fica falando da boca pra fora. Posso passar mais tempo olhando para esta joaninha do que encarando papo torto de um idiota que vem dizer que tem "ingresso VIP". Helloooo, queridoooooo, quem é VIP mesmo não tem "ingresso". Sei lá. Não tenho mais paciência. Ou melhor, não tenho mais paciência PARA ISSO. Para outras coisas, minha paciência aumentou muito. Tipo hoje até me pego cheirando as flores, olhando os jardins, pirando com as crianças... coisa que não me passava pela cabeça. Olha, e eu não estou falando isso para me gabar, para inflar o meu ego, nem porque acho que "eu sim, sou interessante"... Até eu mesma eu tenho achado meio pamonha. O fato é que meio que tô cheia de blá blá blá, jogar conversa fora...

A verborragia, prática social comum, tem me dado um tédio sem fim. Fiquei bem preocupada agora... Será que estou ficando velha?

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