Sonhamos com o voo, mas tememos as alturas. Para voar, é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o voo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isto que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o voo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram."
- Rubem Alves
Eu já havia falado sobre a normose em algum texto, mas agora encontrei um livro que se chama: Normose - a patologia da normalidade. É espetacular! Bem, definição de normose: conjunto de hábitos considerados normais e que, na realidade, são patogênicos e nos levam a infelicidade e à doença. E vivemos aí, todos, nessa merda quentinha, tão confortável e triste, ao invés de arriscar fazer o que realmente viemos aqui para fazer.
A maior parte dos seres humanos, talvez por preguiça e comodidade, segue o exemplo da maioria. Pertencer à minoria é tornar-se vulnerável, expor-se à crítica. Nas religiões o normótico é, muitas vezes, um excelente praticante de rituais e leis, mas permanece cego e não sabe o que faz. Um dos sintomas da normose é quando o consenso e a conformidade impedem a orientação do desejo interior de nós mesmos. Isso também impede o fluxo evolutivo. Afinal, para que nos convocamos a existir? Para trazer alguma novidade, um canto novo, uma dança nova, uma frase nova... Não nascemos para morrer, nascemos para SER.
Todos estes são trechos do livro mencionado, que também estão no meu livro, de alguma forma. São coisas sobre as quais eu penso a longa data. Mas saindo da teoria, estou aqui na prática: uma mulher de 33 anos, que não é casada (por opção, diga-se de passagem), não tem certeza se quer ter filhos, morou em um monte de países, nunca se conformou com o "não tá tão bom assim, mas vou ficando". Foda-se que "está na hora de casar!". Casar não é meu objetivo final, eu quero SER FELIZ, ter um parceiro que me ame, casada ou não. E isso não é uma coisa ocidental, do tipo "quero mais", "quero o homem perfeito" ou "nunca estou satisfeita com o que tenho". Não é dinheiro que eu quero, nem glória, nem sucesso. É sensação interna, que pode se refletir em tudo, inclusive dinheiro, glória e sucesso (e o homem perfeito... para mim!). Aliás, tudo isso é tão desimportante quando se tem a sensação interna. É simplesmente fluxo. Só está preparado para o sucesso quem encara ambos, sucesso e fracasso, como uma coisa só: aprendizado.
Venho através deste post declarar que eu desejo a plenitude, me considero merecedora dela. Não quero ser igual a todo mundo. Quero trazer algo novo, quero descobrir aquilo que só eu, faceta única, tenho para acrescentar. I want it all. Não tenho medo de dizê-lo. Não tenho medo de ser feliz. Não acho que eu mereça nada menos. Foda-se a normalidade. Que se arrastem os "normais" pelos corredores escuros do não-ser... até que percebam que sair daí é uma decisão interna, simplesmente. Dê o primeiro passo!!!
Pergunte-se: O que tenho a fazer na vida que ninguém pode fazer em meu lugar? Qual é a forma única pela qual a Inteligência Criadora encarna-se em mim? Essa resposta não precisa ser algo grandioso. Você pode ser jardineiro, garçon, motorista, faxineira... e fazer isso de uma forma nova, sua. Assuma todos os seus espectros. Pegue seu ponto "anormal" e transforme no seu grande diferencial!
Quem tá comigo??
Fonte: Normose - a patologia da normalidade. Editora Vozes. Autores: Pierre Weil, Jean-Yves Leloup e Roberto Crema.
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