quinta-feira, 7 de março de 2013

Confesso que vivi

Como dizia Pablo Neruda, confesso que vivi!

Dias cinzas, alguns, poucos, até que bons para criar contraste e ressaltar a alternância da vida e dos estados internos. Mas a vida em brancas nuvens...ah, isso não. Carolina na janela, música do Chico Buarque, jamais. Nunca perdi meu tempo olhando pela janela, vendo a vida passar...

Ontem assisti um documentário com o Chico, falando e cantando com Caetano, lá nos idos 70. Com Milton Nascimento, Léo Jaime e mais alguns. Do seu café predileto em Paris, onde tem um apezinho, falou sobre seu interesse pelas mulheres, como admira a maneira feminina de pensar, agir, com sua lógica própria.

Bom, conto isso só para falar do que aconteceu comigo vendo o programa. Vi gente vivendo, olhos brilhando, rostos interessantes, astral de realidade, consistência, alegria. As canções são lindas, algumas ainda me emocionam muito, outras já foram superadas e não me afetam mais. Mas o importante é que, olhando para trás e para o hoje, vi que estou viva. Atenta, intensa, cheia de novos interesses, inventando coisas novas para fazer, adorando viver e conhecer novas facetas da existência.

Quero ficar conhecida no futuro como a velha louca do Canto Grande. Rodeada de jovens, fazendo coisas impensadas, como andar com um burrico, no verão, vendendo tapetes marroquinos, indianos, turcos, bijoux de prata, coisas lindas, objetos para decoração...com minha roupa do Saara, maravilhosa....
Me parece um bom projeto de vida, me alegra. Isso depois que não der mais para levar pessoas a lugares interessantes e aventurescos, garotada para surfar e fazer kite, jantar no Saara, viver em hotéis de sonhos, conhecer o planeta. África negra, novo projeto. Morar uns meses em Mykonos, estudando os deuses tão humanos que abriram conceitos até hoje presentes na nossa vida diária. Quantas vezes sou Hera, Eros, Psiquê...

Toda felicidade deve-se à satisfação da necessidade vital. Todo sofrimento tem sua causa no desejo insatisfeito: ele se define como contraste entre desejo e realidade. Somente a felicidade resultante da realização essencial consegue dissolver, sublimar, o terror diante da morte.

Conceber é preciso e realizar necessário. Isso é dar sentido à vida.
Confesso que vivi. E ainda tenho muito mais pela frente! Idade não afeta em nada a felicidade e o prazer de estar na roda viva desse mundo.









Me aguardem...

Um comentário:

Adriana Calabró disse...

Muito legal, Tania! Beijão e continue nessa sua luz!