terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Vida animal

Estava pensando sobre a nossa dificuldade de viver o real presente. E em toda energia gasta com preocupações. Todos os preparativos para um futuro incerto já fazem parte da engenharia da humanidade e faz girar as roldanas dessa sociedade louca. Mas, sem chegar aos extremos, estamos tão viciados na contagem do tempo que, mesmo se estivermos de férias, cada dia da semana tem uma tonalidade diferente, sabe-se que na segunda não se faz a mesma coisa que numa sexta-feira, e estamos sempre PREparando o amanhã. As reações são prematuras, pois não necessitam mais de nenhum agente desencadeador  de ataque ou defesa... Deixe-me ilustrar meu pensamento abstrato: Perceba os animais, por exemplo. Sem a contagem anti-natural do tempo, apenas seguindo o ritmo do sol, das estações e do planeta, não se PREocupam ou estressam por alguma situação ainda fantasma, irreal. Sim, reagem atacando ou defendendo, mas somente quando há uma mudança que o faz ter que agir. Só brigam quando são atacados, Só caçam quando tem fome, só se abrigam quando muda o clima. E dormem tranqüilos sem nossa tensão semi-triste de um domingo a noite, ou ansiedade ante a uma semana que talvez possa vir a ser pesada. Já viram bicho com insônia? Salvo alguns animais de estimação contaminados pelo stress humano, em geral o reino animal vive o presente. Pois sabem  que é só o que há. Imagine se uma borboleta, que vive apenas  por duas semanas, perdesse seu precioso tempo preocupando-se com o futuro. Claro, que a consciência humana evoluiu e se diferenciou a partir da possibilidade de prever o amanhã e antecipá-lo. Porém, cuidado. Falta de medida é perigoso. A diferença entre o remédio e o veneno é a dose.  Então, construir uma história de vida plena, feliz e de sucesso  deve-se mais em manter-se no presente, e estar presente na ação do construir o hoje. Cuide dos momentos, cuide do seu dia, e este hábito encarregar-se-a de organizar os anos.

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