domingo, 2 de junho de 2013

Não recomendo a verdade

A não ser para os que têm peito de remador, como dizia o Vinícius de Morais.

Ninguém gosta dela: é rejeitada, disfarçada, desmentida e contida em todos os níveis. Todo mundo quer é o igual, um "mini-me", como diz alguém que eu conheço. Concordar, fazer de conta são considerados diplomacia. Não se consegue aceitar, muito menos amar, o diferente.

Só tem um jeito de falar a verdade, sem que ela pareça o que é: pela metáfora. Mas com amigos íntimos é chato ficar falando dessa maneira. Ser amigo, afinal, é isso, não? Poder ser quem se é, porque quanto mais se é, mais amado também. Eu conheço isso, vivi e vivo isso. Com poucos, verdade, muito poucos!

Conheci um novo tipo de amizade, a amizade faísca. Brilha, incendeia e tem pouca duração. Parece amizade de infância, tamanha aceitação e intimidade. A vida fica mais rica, mais alegre, há muito que se contar uns aos outros. Tudo acrescenta, entusiasma, anima e o desejo é viver muito perto, contar com essa amizade como se conta com a própria vida.

Até que...algo se rompe: uma palavra mal dita, um momento desastrado ou uma diferença. Não somos iguais, é a constatação. Acabou!!! Dalí prá frente só ladeira abaixo. Os olhos não se encontram mais, a onda não se sente mais, evita-se o encontro e, quando ele acontece, que tristeza, só se constata o que já se sabe.

"Foi um rio que passou em minha vida e o meu coração se deixou levar..."
Deixa cicatrizes.

Até que vem outra...

Mas eu sou teimosa ou coerente demais para não ser quem sou e manter o que não é, para fazer de conta que existe algo que nunca houve.
Coisas pela metade...não quero!!

"Amigos", shame on you!!!


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