Às vezes fico me questionando sobre este atributo de
transparência, exposição excessiva, escracho ou sei lá como chamar.
É que para mim tudo é tão simples, puro, mesmo que não
pareça, que não vejo a necessidade de camuflar, ocultar, omitir. Se algo é
"errado" (coloco entre aspas porque é sempre interpretação dependente
de tempo, lugar e pessoa) eu não faço. Quando faço assumo. Erro às vezes.
Alguém não?
Então por que esse medo, que vejo tão disseminado, de
demonstrar o que se pensa, faz ou diz? Eu sou quem eu sou. Tenho coisas ótimas
e outras nem tanto. O que às vezes é lindo para uns, é péssimo para outros.
Estou exposta. Não tenho nada a esconder. Digo o que penso e ajo de acordo com
isso. Me responsabilizo por quem sou e pela contra onda que vem por cima,
algumas vezes.
Acho tão complicado pensar de um jeito, agir de outro.
Ocultar o que penso me parece uma perda para o outro. Mesmo que jogue no lixo
minha opinião, coisa que não me incomoda em nada, talvez tenha ampliado o
leque de visão dessa pessoa.
Ser fora assim como dentro me parece muito econômico
energeticamente. Mas me sinto quase um fenômeno por assim pensar.
Ainda bem que tenho companheiros de filosofia... Quem
vive perto de mim é próximo disso. Os íntimos, ou acreditam nisso também ou
respeitam, pelo menos. A grande maioria das pessoas não se expõe, não assume
posição, faz por debaixo dos panos, disfarça, nega até morrer... Para mim isso
é triste. Viver assim é pequeno, medroso, covarde.
É verdade que tem que ser forte para agir assim. Mas
ser assim ajuda a fortalecer. Portanto, não se sabe o que vem antes. Só o que é
mais fácil, sem desperdício de energia e alegre. Porque tudo que existe quer
ser!
Livre, aberto, assumido, destemido.
Na tumba de Rumi, um maravilhoso poeta persa, em
Konya, Turquia, está escrito:
"Pareça com quem és ou seja como
pareces."
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