terça-feira, 13 de dezembro de 2011

João-bobo-muito-sagaz

O João-Bobo deveria ser chamado João-Sagaz.

Ele é flexível, move-se conforme o vento, balança, mas não cai.
Esse tal João é a lição do saber viver tranquilo. Ele é sensível às influências externas, experimenta a sensação e a força de cada rajada de vento, mas sua base é firme, e permite a soltura e relaxamento, há confiança. Sabe que seu alicerce concreto e seguro sempre o tratá de volta para seu lugar. Quer esperteza maior?
Os rígidos espertalhões que não se permitem vivenciar as balançadinhas que os sopros da vida causam, não sabem enfrentar vendavais, chutes na boca do estômago, pois desequilibram e caem. Suas bases, inflexíveis, não têm solidez suficiente para segurá-los em situações que desafiam a confortável estabilidade.
Aí está a sabedoria do João-bobo. Restabelecer-se sempre. Retomar as forças pela base e fica em pé novamente.
O João-bobo também não tem ângulos nem arestas, sendo assim, ele não machuca ninguém, nem o próprio agressor. Não tem cantinhos nem buracos, não acumula poeira nem quebra. É organicamente projetado para interagir sem sofrer ou causar dano.

Será que quem a gente julga bobo, por às vezes balançar, e quase nunca ferir o outro,  não são como esses bonequinhos aí? Esses bobos tiram onda, dançam conforme a música e estão sempre íntegros.

Estou procurando um João-bobo pra colocar aqui em casa, vou colar uma foto minha nele.
Cada vez que a vida me der um chutão, chutarei João, pra lembrar que balançar é normal.

Assim vivo eu, à la João-bobo, resilientemente balançando e levantando.

2 comentários:

Maíra G. disse...

Adorei!

Sandro Santiago disse...

Gostei!!!!