Meu avô materno, o vô Bruno, faleceu quando eu tinha apenas 2 aninhos. Mas minha ligação com ele existe além da vida ou da morte. Talvez por minha mãe ter em seus gestos muito dele. Foram pai e filha por muitas vidas, penso eu. Essa semana, num flash de nostalgia, ela enviou essa foto, famosa na nossa familia, e esse email babando o ovo do meu vô. Como compartilho do sentimento, apesar de ter convivido apenas virtualmente através das lembranças dela, fiquei emocionada em relembrar esse senhor amado.
"Essa linda foto colorida (na Alemanha, já que na época as cores nas fotos não haviam chegado no Brasil), mostra uma camionete, que além de atender a família que era grande (9 filhos) tinha mil e uma utilidades.
O vô Bruno era um italiano doce e sensível que atendia à todas solicitações: além de carregar a família para lá e para cá:
- Levava e buscava os filhos na escola em dias de chuva e é lógico que enchia de amiguinhos e ele fazia várias paradas até chegar em casa.
- Nos finais de semana levava a família mais vizinhos e amigos para passear por aí rindo e cantando !!! Era muiiito divertido. As vezes parava numa sorveteria caseira e pagava sorvete para todos. Outras vezes fazíamos piqueniques debaixo de pés de laranja e tangerina.
- De tempos em tempos, era solicitado para levar noivos e convidados da casa para igreja e depois para a festa. Ficavamos muito felizes, pois enfeitavam o carro com folhas de palmeiras e fitas coloridas, e, aos domingos, passeavamos de carro enfeitado.
- Uma doce lembrança que tenho foi quando levou o carro cheio de crianças e alguns responsáveis para ver teatrinho de fantoches na cidade mais próxima (Rio do Sul).
Bom, são tannnntas as histórias que eu poderia contar... ficaria escrevendo por muito tempo. Mas uma horas dessas quero colocar tudo no papel e guardar para posteridade.
Gostava tanto de abelhas e flores (e seu hobby era cultivar colméias para produzir mel), pois era um PAI COM MEL ! E lógico também um AVÔ com MEL ! Pois era muiiito carinhoso com os netos..."
Nossa memória seletiva sempre tende às boas lembranças. Minha mãe nunca fala das broncas ou das surras, acho que esqueceu mesmo. Meu vô e ela tinham (têm!) um amor gigante um pelo outro, e qualidades tão parecidas...! Levo em meu coração esse homem, que esteve presente sempre, através dos gestos dela.
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