domingo, 11 de setembro de 2011

Abri a caixa de Pandora

Sábado alone. Raro! Bom. Dá para liberar qualquer coisa, chorar, rir, dançar, tudo junto, sem medo de parecer louca.

Pensando no passado, que de certa forma não existe, porque sempre só houve o presente. Em alguns momentos, desses mágicos, se abre uma brecha e a gente se vê alí, bem no centro de um lugar distante, com pessoas em outros tempos, mas presentes sempre.

Minha família, a criada por mim, com um marido que está em outro rumo, assim como eu, mas que deixou marcas presentes: nossos filhos e netos. Sinto às vezes saudades desse tempo, onde estavam todos juntos. As crianças pequenas, junto com o pai e a mãe. Tudo parecia tão certo, completo.

Hoje vou me permitir sentir pena de que as coisas tenham se transformado. Foram lindas, deliciosas, fortes e profundas. Nascerem nossos filhos, frutos de uma amor grande e cheio de esperança. Dançamos muito, rimos e procuramos a vida juntos. Achamos um caminho que foi fundamental para ambos. Passamos noites na frente da lareira, na chácara, com as crianças dizendo as bobagens deliciosas que crianças falam, adoráveis passeios de charrete em noite de lua cheia, com os cachorros correndo atrás. Maravilhosos passeios de veleiro, a familinha toda junto: Nuvem Branca, inesquecível!

Nostalgia desse tempo em que não estava um prá lá, outro prá cá. Onde antes de dormir, eu passava nos quartos e ouvia a respiração de filhos dormindo, todos alí, no ninho. Tem coisa mais terna e profunda para o coração de uma mãe do que essa?
Onde estão todos agora? Alguns eu tenho noção, de outros nem sonho. Mas estão aqui comigo nessa brecha presente onde o tempo não passou e o coração se preenche por deixar de lado todas as intelectualizações e só ter pena, muita pena...


Um comentário:

Les Amies Doces disse...

Nossa que texto tocante! Me emocionei. Por mais que não devemos pensar no passado, que saudades que dá! Parabéns pelo lindo texto. Abraços, Gisele