quinta-feira, 28 de julho de 2011

Sincronicidade.

Schopenhauer assinala que quando a pessoa chega a uma idade avançada e evoca sua vida, esta parece ter seguido uma ordem e um plano, como se fosse criada por um romancista.
Acontecimentos que na época pareciam acidentais e irrelevantes manifestavam-se como fatores indispensáveis à construção de uma trama coerente.

Quem compôs essa trama? Schopenhauer sugere que, assim como nossos sonhos abrangem aspectos de nós mesmos desconhecidos por nossa consciência, toda nossa vida é composta pela vontade que há dentro de nós.
E, assim como pessoas conhecidas por acaso transformaram-se em agentes decisivos na estruturação de nossa vida, nós também servimos inadvertidamente como agentes, dando sentido a vidas alheias.

A totalidade desses elementos une-se como em uma grande sinfonia, e tudo se estrutura inconscientemente.
O sonho grandioso de um único sonhador, onde todos os personagens do sonho também sonham...

Todos os elementos mantêm uma relação mútua, e assim não podemos culpar ninguém por nada.
É como se houvesse uma intenção única atrás de tudo isso, uma intenção que sempre adquire certo sentido, embora nenhum de nós saiba qual é ou se viveu a vida que se propunha viver.


Texto de Joseph Campbell

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