O paradoxo é que em casa, mal e mal fala, apenas resmunga. Não acha nada engraçado, até porque nem ouve o que se diz. Desliga o telefone e o sorriso se vai para sempre. Prisioneiro de si mesmo, não olha para fora, não vê o outro ou o que se passa ao seu redor. Não participa de nada no seu ambiente mais próximo.
Quer dizer, na maior parte do tempo vive mal. Só se diverte com estranhos e passa a imagem de contente, boa onda.
Perde a oportunidade de ser feliz por não abrir seu coração, fica escondidinho no seu cantinho vazio, só em sonhos ou imaginação vivendo legal.
Pode-se perguntar: por que fica nessa casa se aí não é feliz?! Mas não importa em que casa esteja, esse é um padrão interno. Sem platéia as luzes se apagam e não interessa mais manter a máscara de quem sabe viver.
Não que não seja feliz, até é. Mas não compartilha, não distribui para quem está alí no dia-a-dia, não oferece nada em troca do que recebe.
Estou definindo um tipo. Caseiro mal humorado, maravilha na rua. Vive bem consigo mesmo, só não entrega, principalmente para quem é íntimo e não precisa mais ser conquistado.
Quem não conhece um sujeito assim???
Quem serve o sapato, se veste!
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