quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Não preciso ser perfeito para ser amado

Percebo que pessoas muito rígidas, que exigem muito de si e, por isso, se acham no direito de exigir de outros, acreditam que se vêem algum defeito em alguém, isso significa que essa pessoa não tem valor algum.

Não, gente... Somos todos muito humanos; mesmo o mais adiantado dos homens ainda lida com suas imperfeições. Isso é que o mantém humano, inclusive.

Eu tenho uma característica no mínimo interessante. Às vezes gosto de alguém justamente por seus defeitos. Talvez porque ame a humanidade, aquilo que nos faz vulneráveis, as escorregadas, os tropeços nos tapetes das etiquetas, como falava Fernando Pessoa. Estou, como ele, farta de semi-deuses.Todos lindos, felizes, perfumados e perfeitos.

Claro está, até pelo fato de ser psicoterapeuta, que acho essencial percebermos o que nos faz mal ou a outros, para mudarmos de estado, livrarmo-nos de condicionamentos, libertarmos nosso ser de tantas amarras e tranqueiras impostas pela neurose. Conhecer-se é essencial!

Só que isso não nos coloca no patamar de deuses do olimpo. Como libera a mente e bagunça o ego escorregarmos numa casca de banana e sermos capazes de rir de nós mesmos. Não somos tão importantes assim, a ponto de não podermos errar.

Além disso, podemos ser dignos de amar e sermos amados mesmo com todos os nossos defeitos. Somos uma obra aberta, cheia de infinitas possibilidades. Não fosse isso amarmo-nos aqui nesse mundo seria impossível.


OK.Tenho defeitos. Os que me fazem sofrer são corrigidos mais rapidamente. Alguns incomodam mais a outros que a mim próprio. Talvez porque isso faça com que o outro se veja nisso e lhe é doloroso. Então me critica, diminui e até se acha mais digno que eu. Será? Pode ser. Só que para mim importa mais ser generoso, compassivo e amoroso.

Como diz Ibn'Arabi: "Eu sigo a religião do amor. Qualquer direção que tomarem os camelos do amor, lá está minha religião e minha fé. "

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