quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Caretice, a praga do mundo

Ando há muito tempo tentando identificar o que é ser careta, o que, na minha opinião, é uma das pragas do mundo. Óbviamente nada a ver com usar ou não drogas. Atualmente os drogados são super caretões.
Trata-se de algo bem mais sério porque distorce a visão do mundo. Mata, corrompe, destrói sentimentos puros, é grosseiro e burro.

Uma das características que detectei  é o preconceito, contra tudo e todos que não são como eu mesmo. Ou que são como eu desejo, mas tenho medo de ser. Racista, que normalmente tem tesão por quem aparentemente despreza, sentimento de superioridade em relação a quem não valoriza coisas importantíssimas em nossa sociedade, como: ano e modelo de carro, marca de roupa, bolsa, magreza (ah, esta é fundamental!), beleza, juventude eterna, opção sexual (essencial para alguém ter ou não valor) e por aí vai. Infinitas variantes.

Indo mais fundo comecei a perceber que tudo vem do MEDO. Do desconhecido, do desejo, da onipotência em não aceitar a realidade e sua diversidade.

Careta é o medroso. De ser e assumir quem é. De ser diferente porque único (não há nenhuma impressão digital igual a outra nesse mundo). De revelar-se naquilo que todos vêem, só o próprio tenta tapar o sol com peneira... De não ser sincero, transparente, ter vergonha de si mesmo. Meu Deus, quanto sofrimento, que tristeza!

Caretice é sofrimento vão mas que provoca muita destruição e atraso no mundo. Pior ainda é que se reveste de moral, dono da verdade, protetor dos "bons costumes". É o cara que quer o mundo inteiro de uma só cor e pode até matar por ver outro tom. Desastroso, triste, horripilante mas com aparência de normalidade, como se não fosse tão grave.

"Ora, que gravidade há em odiar um gay? Não é contra a natureza?"

Que mané natureza!! Natural é a totalidade, com todas as suas nuances, diferenças, suas belezas brancas e negras, novas e velhas, gordas e magras, ricos de sentido, pobres de espírito, o oposto também. Nada a ver com dinheiro, sexo, aparência. Só medo!



Muito medo de ser amplo, abarcante, total e livre. Como Gaudi, que se revelou em sua obra totalmente doida para a época, ousando colocar colunas sem prumo, construções sem referências anteriores. Isso no século retrasado...

Shame on you, careta do século vinte e um!

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