quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Maré de questionamentos...


Na minha sincera opinião, uma das maravilhas de se estar de folga na praia durante o verão é o fato de poder virar um completo zumbi, sem nenhum sentimento de culpa. Você pode simplesmente ficar alí, imóvel, viajando longe e olhando para o mar... Ninguém vai te julgar por isso ou perguntar “o que você está fazendo?” Ninguém está nem aí porque todos estão fazendo a mesma coisa: jogando um biribinha aqui, comendo um aperitivinho lá, praticando levantamento de copo, se arrastando da rede para a cama, da canga para o colchão de ar e por aí vai...
Em uma dessas produtivas sessões terapêuticas (não deixam de ser!) eu me encarnei em ficar pensando sobre as marés. Como é possível que em certo horário eu mal consiga caminhar na praia por falta de faixa de areia e alguns momentos depois poder desenhar uma piscina olímpica em tamanho original? Gente, para onde foi toda aquela água? Obviamente sei que tudo isso deve ter uma explicacão científica extremamente satisfatória, no entanto não consigo conter as perguntas que me consomem:
¾ “Se o oceano pode se expandir assim tão magicamente, será que eu posso fazer o mesmo com a minha conta bancária?”
¾ “Se a água se deslocou assim tão inexplicavelmente, por que ainda não foi inventado o tele-transporte?”
Claro que estas indagações não duram muito tempo, porque logo chega a hora de pensar sobre o que vou comer na sequência, ou o que vou fazer depois da “deitadinha” após o almoço.
Mas a única explicação que me parece plausível é a de que as marés são tentativas do universo em demonstrar que está vivo. E que apesar da sutileza com que tudo acontece, as mudanças estão ocorrendo em tempo integral. A terra está girando, as marés estão indo e vindo, as nuvens estão se formando e coisas aparentemente inanimadas estão despertas, vivas, cumprindo a sua função. E isso me faz pensar: Será que nós, seres humanos, em toda nossa preguiça, estamos despertos, vivos, cumprindo a nossa função? Deixarei a pergunta no ar, para que o vento também possa fazer seu trabalho. Como as marés... também prefiro ser INCONSTANTE!

Um comentário:

Melina Savi disse...

Saudades de vocêeeee!!!!!!!!! Constante, inconstante, o que for. Saudades.