terça-feira, 3 de julho de 2012

(P)arametro de (A)mor (I)ncondicional

Conheço um cara sensacional. Além de moreno, alto bonito e sensual, é bem sucedido no trabalho e no amor. Corre pelas manhãs, vai à missa aos domingos, ajuda aos pobres, chama os empacotadores do mercado pelo nome, tem ótimo gosto musical, não fuma, só bebe vinho, é organizado, responsável, escreve bem, canta bem. É bom com datas, não esquece aniversário de ninguém, nem datas especiais. Sabe comprar absorventes e sabe como curar cólicas com do-in. Ele entende a necessidade das idas à manicure. Me faz companhia no cabeleireiro, mas fala que sou linda de qualquer jeito. Ele anda comigo de mãos dadas, ou braços dados. Ele me acorda com musica, e faz cappuccino e salada de frutas. SEMPRE. Ele me escuta. SEMPRE. Envia emails com musicas lindas e sms com declarações cheias de carinho. Liga o skype e manda eu mostrar um sorriso contente. Caso eu esteja manhosa, ele me desconstrói e faz a vida ficar leve e colorida, num piscar de olhos me sinto no colo de Deus. É um encorajador, mas consola quando me sinto triste ou perdida. Esse cara entende meus problemas. Desde que o conheço, é pra ele que corro se me machuco ou fico doente. Ou se tenho duvidas entre a marca de tênis a comprar ou o emprego a escolher, peço sua palavra final. Ele me acha talentosa, bonita, e não cansa de falar. Adora ler, diverte-se em sebos e livrarias. E me conta historias, muitas. Ama cachorros. Ama crianças. Esses por sua vez, apaixonam-se por ele de cara.  Ele fica entre um bando de mulheres e não reclama, passeia no shopping e não reclama, e sabe fazer pipoca caramelada pras noites de TPM. Ele trata todo mundo com respeito, e recebe com amor qualquer pessoa que eu apresente. Me buscou na porta da escola, todos os dias, até meus 18 anos.É lendário entre meus amigos. É gentil. Sensível. Na frente dele faço as maiores besteiras, perco e quebro coisas, bagunço, choro. Ainda assim, ele confia em mim. Lendo esse texto, parece que estou narrando um principe, ou algum amigo gay que ama as mulheres. Mas estou falando nua e cruamente sem romancear ou florear, sobre o MEU PAI. Sorte, fui criada por um homem que entende a alma feminina, que é carinhoso e fala 'eu te amo'. E não é machista! Nem ciumento! Mamãe foi sortuda. Mas...e eu? Como fazer pra viver com um parâmetro de homem como esse? Vim de um cavalheiro sem valores individualistas, que troca o prazer próprio pela felicidade comum, que se doa, que sorri muito...E ainda por cima aceita meus namorados, torce pra que eu ame muito, para que eu consiga canalizar todo minha energia borbulhante em uma relação verdadeira. Difícil achar numa relação só tudo que ele me fez ver como básico e normal. Acho justo me chamarem de princesa após conhecerem meu pai. Sou de fato. Mimada? Não. Amada e acarinhada. Bem tratada. Quero que minha filha sinta pelo seu pai o mesmo que sinto pelo meu. Pra isso, busco agora em mim e no outro menos expectativas e mais doação, mais construção, e mais fé. Esse homem, quando ainda menino, começou somente com fé, amor e doação. Preciso aprender sobre fé e sobre doação. Vou observá-lo melhor. Amor, ah, amor já transborda. Tá no sangue.

4 comentários:

Alexandre Vanz disse...

ah, e ele ainda acolhe vizinhos flagelados durante a enchente e depois ajuda a remontar a casa dos mesmos... sempre sorrindo. Teu pai é nota 10, altíssimo astral.

Luciana Godri disse...

lindo, Mari!

Valther disse...

Minha querida e talentosa sobrinha... tão genial, tão amorosa. Coisas que devem ser ditas, devem ser ditas. E você disse bem. Um beijo.
Tio Valther

Anônimo disse...

Adoro ler o que escreves...e sobre teu pai, foi lindo!! Que presente um para o outro. Beijão querida...