sexta-feira, 1 de julho de 2011

Segundos Eternos

Já largo dizendo que nunca obtive nenhum estado alterado proveniente da meditação. Meditar, para mim, sempre foi uma simples prática de relaxamento, observação, atenção para comigo mesma. E, neste dia, não esperava nada além disso, mas um presente divino me foi graciosamente aberto, um portal de esperança para este meu mundo que já não sustenta manter as aparências e cuja dor sinto, por mais que tente manter-me na periferia, simplesmente por dele fazer parte. É possível estar bem quando nossos irmãos e irmãs estão sofrendo? Não creio. Mas acredito ser capaz de manter um contato mais sólido e durável com diferentes planos que possam prover a energia necessária para elevar a todos nós. Fazer por mim, então, se torna fazer pelo todo. E, neste dia, obtive um acesso. Segundos, talvez... mas que representaram uma vida inteira de busca.

Inspiro profundamente. Expiro. Repito. Atenção e consciência do meu corpo. Atenção e consciência da respiração. Tensão zero. Pensamento zero. (Peraí... pensamento zero? Estou conseguindo!!!) Me perco. Começo tudo novamente. Não penso, só sinto. Muitas respirações profundas até que o fluxo de ar forma um canal que me transporta para um lugar onde não existe peso, pensamento, tempo nem idade. Tudo é paz, tudo é energia vibrante. Tomo a forma de um fio de linha branca que luta para criar contraste com o fundo de azul profundo. Danço com o universo, tomando várias formas, mas mantendo a consciência do TODO. Brinco com isso até que percebo (sem pensar!) que não sou somente a linha. Sou a linha e tudo o que há, consigo sentir pelo resto. Sou o resto. A linha se torna um limite... e, portanto, se desfaz, transformando-me em pó de estrelas que se estilhaçam neste infinito de plenitude. Sinto uma urgência pelo riso, um gargalhar de felicidade intensa sem por quê, mas nem disso preciso, porque também tenho a sensação de que sou o riso. Sou o riso. Neste momento, me chama um apego pela ação humana do sorrir, quero fazê-lo. Volta o pensamento. Uma tentativa de racionalizar, compreender, analisar o que está acontecendo... e aí me perco novamente por completo. O que aconteceu? Abro os olhos sorrindo. Segundos no nosso plano... uma eternidade em outro!

2 comentários:

Mariana Ostermann disse...

Arrepiei, de novo!

Tania Abreu disse...

Segundos desses valem uma vida!