sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Os patetas

Tu já percebeste quantas vezes por dia mudas de personalidade? Claro que para que isso aconteça necessitas ter um auto-observador atento, já que sem ele nem te darás conta dessa mudança.
Em um momento estás feliz, positiva, confiante. Em outro, às vezes logo em seguida,pessimista e fechada. São estados internos, nem sempre demonstrados.

Aparentemente há uma continuidade da consciência mas na realidade aspectos diferentes se mesclam sem que percebamos claramente. Por isso é tão importante o auto-observador. Sem ele não temos a mínima idéia do que acontece dentro de nós e orienta nosso destino e atitudes na vida.

São os patetas, como diz Robert Ornstein (psico-neurologista de São Francisco, USA). Personagens internos que mudam de lugar e esquecem do que fazem. Imagine um barco com o comando vazio. Vem um pateta, assume o comando, toma um rumo, decide coisas e depois sai dali esquecendo o que fez e parte para outra, sem nenhum compromisso com a decisão. Aí vem outro. Vê o timão vazio e decide ele assumir, tomando outro rumo que lhe parece melhor, outras decisões e sai para o convés esquecendo do que fez. E por aí vai... Vários por dia...

Aí não entendemos porque decidimos uma coisa e logo depois agimos de forma contrária a ela.
Mudou o pateta, apenas. Não lembramos. Não temos consciência da descontinuidade, pensamos que tudo está ocorrendo linearmente. Incoerências, chamamos...Inconsciência digo eu.

Os patetas no comando e eu me digo dono de mim mesmo! Ha, ha, ha...

Sem essa observação minuciosa dos estados interiores não há possibilidade de rumo, caminho. Se vive como uma pluma ao vento...não existe EU. Uma vida vivida sem presença. Um barco ancorado!

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